Mapa de evidências facilita acesso a dados científicos - Painel Brasileiro da Obesidade

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Mapa de evidências facilita acesso a dados científicos

Ferramenta interativa auxilia gestores e pesquisadores a acessar literatura sobre o excesso de peso infantil

Laura Toyama Cardoso de Souza

28 de fev de 2023 (atualizado 2 de mar de 2023 às 18h44)

O nutricionista e mestre em ciências da saúde, João Gabriel Sanchez, explica em live do Painel Brasileiro da Obesidade, o funcionamento do Mapa de Evidências sobre Estratégias para Prevenção e Tratamento do Excesso de Peso Infantil. Desenvolvida pelo Instituto de ensino do Hospital do Coração (HCor), em parceria com a Coordenação-geral de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde (CGAN), a ferramenta partiu da elaboração de uma pergunta de pesquisa, atualizada com estudos publicados em inglês, português e espanhol sobre o excesso de peso infantil.

A demanda surgiu da necessidade de mapear a literatura sobre o tema de forma mais acessível, sobretudo para desenvolvimento e fomento a criação de políticas públicas e ações informadas por evidências.

O mapa utiliza algumas bases de dados para sua curadoria como a Cochrane Library, Epistemonikos, Health System Evidence e Institute Joanna Briggs. A seleção dos estudos é feita a partir da triagem de títulos, e depois, a leitura na íntegra, que é chamada de confirmação por elegibilidade, realizadas por duplas de revisores independentes.

Uma ferramenta viva

“Não é uma ferramenta que vai resolver todos os problemas de tradução de conhecimento que existem hoje, mas é uma ferramenta oportuna para melhorar esse caminho” explica João Gabriel. O palestrante também ressaltou a importância do uso do recurso interativo para tentar romper a barreira do acesso à literatura e aos dados “O Mapa é uma ferramenta viva”, conclui.

Atualmente, há 533 publicações relacionadas ao público infantil, mas há interesse, no futuro, em expandir para outros públicos. A maior parte dos estudos é produzido na América do Norte, sobretudo nos Estados Unidos, ao qual está atribuída a origem de 239 estudos mapeados.

O Brasil está em sexto lugar, com 47. Similar a uma revisão sistemática, mas de forma gráfica, a organização dos conteúdos do Mapa é feita através de categorias: sete de intervenção, que incluem abordagens de linhas de cuidado e métodos já consolidados de observação do excesso de peso; e nove de desfecho, nas quais se encontram as soluções e encaminhamentos debatidas e validadas por especialistas.

Facilita o uso de evidências científicas

É possível selecionar, na navegação dos dados organizados no Mapa, conteúdos específicos, que podem ser baixados em planilhas de diferentes formatos. Essa possibilidade de encontrar recortes dentro do tema do excesso de peso facilita o seu uso por pesquisadores e gestores, que pretendem promover capacitação em equipe e divulgação da questão do excesso de peso, que é uma pauta de saúde pública.

Para João Gabriel “criar esse atalho é incentivar o uso de evidências científicas”, diz, “e o embasamento em evidências é muito importante para que se promova um melhor cuidado pro público, para a saúde pública brasileira”, complementa.