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Documento da ACT Promoção da Saúde traz orientações para promoção de alimentação saudável nas escolas brasileiras
André Derviche Carvalho
15 de set de 2025 (atualizado 15 de set de 2025 às 12h22)
A ACT Promoção da Saúde lançou a cartilha “Advocacy para a promoção de ambientes alimentares saudáveis nas escolas”. O material é voltado para organizações, educadores, conselhos escolares e para a sociedade civil como um todo. Com ele, a ideia é disseminar práticas de defesa por um ambiente alimentar escolar saudável por meio de políticas públicas.
Mesmo com políticas como o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), muitas escolas — especialmente as particulares, que não são cobertas pelo Programa — ainda convivem com cantinas e arredores repletos de alimentos ultraprocessados.
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Assim, alimentos como refrigerantes, doces e salgadinhos tornam-se amplamente acessíveis para crianças e adolescentes, resultando no aumento da prevalência da obesidade infantil.
Dados da PeNSE (2019) mostram que 97% dos estudantes entre 13 e 17 anos consumiram pelo menos um alimento ultraprocessado no dia anterior à pesquisa. Estudo recente do CAEB também revelou que produtos como salgados, chocolates e refrigerantes são maioria nas cantinas escolares.
Assim, práticas de advocacy ganham importância para promover um ambiente alimentar escolar saudável na prática. Nesse sentido, a cartilha da ACT tem quatro pilares: produção de conhecimento, a partir de inquéritos e demais pesquisas; comunicação; mobilização de atores locais e incidência política.
“Uma sociedade bem informada, sabendo dos seus direitos e com instrumentos para fazer incidência política, faz coisas extraordinárias. Tenho muita esperança que as pessoas tenham interesse em entender esse ambiente escolar e como ele pode ser propulsor de tantas mudanças nos nossos estudantes”, ressalta Marília Albiero, coordenadora geral de inovação estratégica na ACT.
Assim, o advocacy torna-se um plano de ação direcionado para a regulamentação do ambiente alimentar escolar. Por isso, a cartilha propõe medidas educativas e regulatórias para que escolas públicas e privadas se tornem promotoras de saúde. Entre as ações sugeridas estão a inserção da educação alimentar no currículo, a proibição da publicidade de produtos não saudáveis e o apoio à transformação de cantinas.
Tais ações vêm também para mitigar a influência da indústria de alimentos ultraprocessados na formação de hábitos alimentares durante a infância.
“Essas práticas mercadológicas vêm travestidas de atividades educativas e encontram-se em lugares vulnerabilizados muitas vezes. O primeiro desafio é informar a população sobre essas práticas”, diz Marília destacando a conscientização sobre os malefícios dos ultraprocessados.
Mesmo com decretos federais recentes sobre alimentação escolar, a ACT defende a criação de leis municipais específicas. Essas normas têm maior estabilidade e podem ser mais adaptadas à realidade de cada território.
A cartilha sugere que a defesa do ambiente alimentar escolar saudável seja construída de forma participativa, envolvendo estudantes, famílias, gestores, professores e parlamentares locais.
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