Painel Brasileiro da Obesidade
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Novas estimativas sobre inatividade física no mundo mostram que países encontram-se longe de cumprir a meta de ter mais pessoas fisicamente ativas até 2030
André Derviche Carvalho
14 de nov de 2024 (atualizado 13 de nov de 2024 às 14h13)
O Brasil está acima da média mundial de inatividade física. De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), no mundo, 31% dos adultos não atingem o mínimo recomendado de prática de atividade física. Isso equivale a 1,8 bilhão de pessoas. No Brasil, esse indicador está na faixa dos 40% a 49%. Com isso, o país se distancia de metas globais de promoção de atividade física, o que afeta a saúde da população.
A OMS recomenda a prática de 150 minutos semanais de atividade física moderada. Esse valor pode aumentar ou diminuir a depender da intensidade da prática. Quando não se atinge essa recomendação, fala-se em inatividade física. De acordo com o Plano de Ação Global para Atividade Física, elaborado em 2018, os países devem buscar uma redução de 15% em seus respectivos níveis de inatividade física até 2030.
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Porém, o relatório da OMS publicado neste ano na revista The Lancet indica que a maioria dos países está longe de atingir essa meta. Por exemplo, somente o continente africano apresenta tendência de queda na inatividade física. Enquanto isso, outras regiões do mundo veem a insuficiência da prática aumentar.
Por isso, a campanha da OMS é chamada de Every Move Counts (“Todo Movimento Conta”). Ou seja, qualquer quantidade de atividade física é melhor que nenhuma. “Aumentar a atividade física parece ser a estratégia mais eficaz para diminuir o risco de mortalidade precoce”, explica Ana Pinto, pós-doutoranda na divisão de Endocrinologia, Metabolismo e Diabetes na Universidade do Colorado.
A inatividade física pode ser associada a diversos desfechos em saúde, como aparecimento do câncer de mama, alterações no perfil lipídico, além de obesidade, diabetes e até depressão. “Precisamos tentar resolver esse problema, porque a inatividade física está associada a doenças crônicas. Isso tem custos, que afetam sistemas governamentais”, diz Ana Pinto.
O relatório da OMS detalhou os públicos em que a inatividade física é predominante. Nesse sentido, o grupo das mulheres mostrou-se menos fisicamente ativo em comparação ao dos homens. Outro grupo fisicamente inativo é o dos idosos. Por isso, “assim como precisamos promover mais atividade física para mulheres, precisamos de estratégias mais focadas em idosos, que é uma população de risco”, defende Ana Pinto.
Assim, o cenário aponta que, sem investimento e ações efetivas, o mundo continuará distante do cumprimento de metas de promoção de atividade física. As iniciativas podem incluir capacitação dos sistemas de saúde para promover exercícios físicos, elaboração de campanhas comunitárias e estímulo a ambientes de trabalho mais saudáveis.
“Precisamos de pessoas dispostas no nível municipal a fazerem essas ações. Temos que chamar a atenção da população suficientemente para gerar engajamento”
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