PBO marca presença no XV Seminário ACT

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PBO marca presença no XV Seminário ACT

Nos três dias de evento, participantes abordaram qualidade de vida e tabaco

André Derviche Carvalho

19 de set de 2022 (atualizado 19 de set de 2022 às 14h20)

Participantes do XV Seminário ACT, ocorrido em agosto [Foto: Divulgação]

O mês de agosto foi marcado pelo 15º Seminário Alianças Estratégias para a Promoção da Saúde promovido pela Aliança de Controle do Tabagismo (ACT). Entre outros temas, o tabaco e a qualidade de vida foram discutidos. O Painel Brasileiro da Obesidade (PBO), uma iniciativa do Instituto Cordial, acompanhou o evento e participou das discussões de uma mesa.

No primeiro dia do evento, a questão do tabaco foi o foco. Nesse sentido, ganharam destaque temas como o cenário atual de dispositivos eletrônicos de fumo e a política tributária do tabaco. 

O tabaco é um dos temas fundadores da ACT, mas, além dele, a qualidade de vida também aparece como central. Esse foi o eixo que norteou as discussões do segundo dia do evento. Com isso, o Seminário conseguiu abordar alimentação e obesidade, o que se deu a partir de um olhar sobre o acesso ao alimento saudável

“A cadeia de alimentos, da forma como ela é formulada, prejudica demais a boa alimentação”, concluiu Guilherme Nafalski, coordenador do PBO. Se por um lado produtos industrializados possuem mais subsídios, por outro, os naturais enfrentam mais tributação.

 

Painel Brasileiro da Obesidade no Seminário da ACT

Nas discussões sobre qualidade de vida, o PBO apareceu como participante ativo. Na mesa em questão, que foi moderada pelo jornalista João Peres, do veículo O Joio e o Trigo, o debate tratou de produtos nocivos à saúde em um contexto da Agenda 2030. Além de Nafalski, outras cinco pessoas participaram do debate “Empresas que fabricam produtos nocivos à saúde e ao planeta podem contribuir com a Agenda 2030?”.

A ideia central da mesa foi abordar quais os limitadores à aproximação com a indústria tendo em vista conflitos de interesse que impediriam a construção da Agenda 2030. Em outras palavras, uma Coca-Cola poderia ser um ator parceiro na luta por saúde e bem-estar?

Para o PBO, os limitadores vêm principalmente de empresas que fabricam produtos nocivos à qualidade de vida. Nesse caso, a indústria de ultraprocessados e do tabaco se encaixam como exemplos. Portanto, suas participações em agendas sustentáveis estariam limitadas. “As indústrias são parte do mundo político, são atores legítimos de participação e disputa no espaço público. O que deve ser garantido é o resultado público daquilo que se faz”, afirma Nafalski. 

Mesa da qual o PBO fez parte [Foto: Divulgação]

Preocupado com a força da indústria de alimentos, o PBO apontou possibilidades de conciliações rumo a um futuro melhor, como preconiza a Agenda 2030. Nesse sentido, a construção de bons projetos com finalidade pública financiados pela indústria pode acontecer. Entretanto, a condição é não haver conflito de interesses a respeito da promoção da qualidade de vida. No fim das contas, todas as indústrias que fazem bem podem contribuir com a Agenda 2030.

 

O que é a Agenda 2030?

A Agenda 2030 é um dos compromissos globais que o Brasil assumiu ao longo dos últimos anos. Coordenada pela Organização das Nações Unidas (ONU), a Agenda 2030 propõe uma série de 17 objetivos – os chamados Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) – que trazem temas como erradicação da pobreza e promoção de saúde e bem estar. Assim, a ONU direciona uma agenda global a governos, instituições, empresas e sociedades para enfrentar os grandes desafios da atualidade.

 

Sobre o Seminário da ACT

Além da mesa que contou com a participação do PBO, o XV Seminário Alianças Estratégias para a Promoção da Saúde tratou de outros temas com outros palestrantes. Representantes do Instituto do Coração (InCor), Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Universidade da Califórnia, Receita Federal do Brasil entre outros também marcaram presença.

Em três dias de programação, o evento reuniu cerca de 100 representantes de entidades do terceiro setor, poder público e profissionais da saúde.