The potential role of exosomes in child and adolescent obesity

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The potential role of exosomes in child and adolescent obesity

The potential role of exosomes in child and adolescent obesity
2021
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Ficha da publicação

Nome da publicação: The potential role of exosomes in child and adolescent obesity

Autores: Ioanna Maligianni, Christos Yapijakis, Flora Bacopoulou, George Chrousos

Fonte: Children

Publicado em: 2021

Tipo de arquivo: Artigo de periódico

Tipo de estudo: Revisão

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Resumo

Child and adolescent obesity constitute one of the greatest contemporary public health menaces. The enduring disproportion between calorie intake and energy consumption, determined by a complex interaction of genetic, epigenetic, and environmental factors, finally leads to the development of overweight and obesity. Child and adolescent overweight/obesity promotes smoldering systemic inflammation (“para-inflammation”) and increases the likelihood of later metabolic and cardiovascular complications, including metabolic syndrome and its components, which progressively deteriorate during adulthood. This review aims to improve our understanding of the roles of exosomes and their cargo in the development of obesity and related metabolic and inflammatory disorders. We examined their potential roles in adipose tissue physiology and reviewed the scarce data regarding the altered patterns of circulating miRNAs and lncRNAs observed in obese children and adolescents, compared them to the equivalent, more abundant existing findings of adult studies, and speculated on their proposed mechanisms of action. Exosomal miRNAs and lncRNAs could be applied as cardiometabolic risk biomarkers, useful in the early diagnosis and prevention of obesity. Furthermore, the targeting of crucial circulating exosomal cargo to tissues involved in the pathogenesis and maintenance of obesity could provide a novel therapeutic approach to this devastating and management-resistant pandemic.

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Por que o tema é relevante?

Ambientes obesogênicos combinam a presença de inatividade física, ingestão de dietas ricas em energia e alimentos processados e sistemas alimentares com escassez crônica de comida. Tais ambientes são, dentre outros fatores, responsáveis pelo constante aumento da obesidade no mundo. Atenção especial deve ser dada a influência desses ambientes nas crianças e adolescentes. Com o olhar para a epigenética, compreender o papel das funções do tecido adiposo e a fisiopatologia do desenvolvimento da obesidade é essencial para reverter o cenário atual.

Qual é objetivo do estudo?

A pesquisa se propõe a revisar as funções dos exossomos, que são estruturas que, dentre outras características, contém material genético e que funcionam como mensageiros entre as células do corpo. É foco particular do trabalho os exossomos liberados pelas células de gordura, o possível desequilíbrio celular que promovem e a sua contribuição para as causas multifatoriais da obesidade em crianças e adolescentes.

Quais as principais conclusões?

O estudo reforça que as funções do tecido adiposo vão além do simples armazenamento de energia na forma de gordura. Seu papel envolve também a liberação de peptídeos ativos (estruturas formadas por um ou mais aminoácidos), denominadas adipocinas, e de outros produtos do metabolismo. As células de gordura (adipócitos) secretam, ainda, exossomos. Exossomos são vesículas que transportam diferentes compostos fora da célula, desde proteínas e lipídios até RNA bioativos que podem alterar as características das células que irão receber a sua informação. Desta forma, os exossomos têm função de comunicação célula-célula e permite a sincronização epigenética entre elas. A principal finalidade dessas corporações é a geração de lucro e, para isso, exercem o seu poder para alcançá-lo.

A obesidade é primariamente causada por fatores internos e externos que levam ao desequilíbrio energético e ao ganho de peso. São causas: os aspectos genéticos, dietéticos, do nível de atividade física, psicossociais e ambientais como o estresse crônico e a presença de poluentes no ar, além dos efeitos gerados por doenças, como síndromes genéticas relacionadas a obesidade (Prader-Willi e Bardet-Biedl) e doenças cerebrais.

A influência genética, envolvendo um ou mais genes, ajuda a compreender por que temos indivíduos com diferentes metabolismos, assim como características e gravidade da obesidade variáveis e diversos padrões de acúmulo de gordura e de tentativas e sucessos na perda de peso. Por sua vez, os fatores ambientais, como os citados acima, podem levar a alterações epigenéticas no decorrer da vida intra-útero, infância, adolescência e, em menor grau, no adulto. Por que isso acontece? O ambiente pode alterar de diversas formas a estrutura molecular e espacial e a decodificação do DNA. Dentre os mecanismos envolvidos, temos a metilação (acréscimo do grupo metil, CH3-), glicosilação (adição de glicose) e miristoilação (ligação de um tipo de gordura, o ácido mirístico) do DNA, as modificações nas histonas (proteínas que dão conformação espacial ao DNA) e, finalmente, interferir nos processos celulares que irão estruturar os RNAs não-codificadores presentes nos exossomos e a expressão genética. Os RNAs não-codificadores podem ser micro RNAs (microRNAs) ou RNA longos (lncRNA).

A publicação exemplifica o contexto complexo da epigenética relatando pesquisas sobre a associação entre consumo elevado ou baixo de nutrientes, resistência à insulina e o ganho de peso em gestantes e a consequente obesidade em seus filhos. A influência paterna está presente diante do impacto adverso do ambiente, que além de ficar impresso nos espermatozoides, também pode ser carreado para o embrião, favorecendo também a obesidade no filho. A transmissão das informações dos pais para os filhos, baseada no ambiente, parece ser mediada pela comunicação que os RNAs não-codificadores fazem entre os órgãos. Embora ainda recente, um painel com os tipos de microRNAs ligados à obesidade, como miR-222, miR-142 e miR-143, está sendo criado. A partir desse mapeamento é possível quantificar a sua concentração  sanguínea para verificar a associação com medidas de composição corporal (índice de massa corporal, relação cintura/quadril e circunferência do punho), assim como com a predisposição para doenças metabólicas como o câncer colorretal. As perspectivas de pesquisas sobre as alterações dos exossomos na obesidade e comorbidades associadas ainda tem limitações em sua aplicação clínica, pois há dificuldades a ser superadas: a complexidade da técnica de isolamento, quantificação e caracterização quanto à origem dos exossomos, a variabilidade das amostras e a ausência de padronização das técnicas de isolamento. Somente com estudos sobre o tema, especialmente no contexto de crianças e adolescentes, será possível a compreensão e aplicação da tecnologia relacionada à epigenética. Mas, o trabalho aponta que esta pode ser uma nova ferramenta para rastreamento e acompanhamento de pessoas em risco para doenças
crônicas não-transmissíveis e uma estratégia terapêutica inovadora.