Posicionamento sobre o tratamento nutricional do sobrepeso e da obesidade: departamento de nutrição da ABESO 2022

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Posicionamento sobre o tratamento nutricional do sobrepeso e da obesidade: departamento de nutrição da ABESO 2022

Posicionamento sobre o tratamento nutricional do sobrepeso e da obesidade: departamento de nutrição da ABESO 2022
2022
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Ficha da publicação

Nome da publicação: Posicionamento sobre o tratamento nutricional do sobrepeso e da obesidade: departamento de nutrição da ABESO 2022

Autores: Abeso

Publicado em: 2022

Tipo de arquivo: Livro

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Por que o tema é relevante?

A obesidade é uma condição multifatorial, crônica e, quando não tratada, tem evolução progressiva. No Brasil, o aumento do consumo de alimentos ultraprocessados é a principal causa alimentar para o crescimento do excesso de peso entre a população nas últimas décadas. Embora diversos fatores relacionados à obesidade sejam conhecidos, seu tratamento continua um desafio para a sociedade.

Qual é o objetivo do documento?

Difundir informações sérias, confiáveis e baseadas em evidências para profissionais de saúde que tratam indivíduos com sobrepeso e obesidade. 

Quais as principais conclusões?

O documento destaca a obesidade como uma doença inflamatória e apresenta evidências de como o consumo excessivo de gordura saturada contribui para a inflamação do corpo. O padrão alimentar influencia a expressão gênica e, consequentemente, o metabolismo do indivíduo. Esses aspectos têm origem já na pré-concepção. Os nutrientes consumidos antes e após a gestação podem causar alterações na estrutura do ácido desoxirribonucleico (DNA) e, desta forma, repercutir nas condições metabólicas dos descendentes. Embora grande parte desses mecanismos sejam conhecidos, as evidências científicas não são suficientes para a utilização de painéis de exames genéticos voltados para o tratamento e prevenção da obesidade.

A microbiota intestinal é outro fator que merece atenção. O ambiente favorável à microbiota leva à diversidade bacteriana, previne a endotoxemia metabólica e a resistência insulínica e diminui o risco de desenvolvimento de doenças cardiometabólicas. Uma microbiota intestinal saudável pode ser alcançada por meio do(a):

  • manutenção do peso adequado;
  • restrição calórica, quando necessária; e, 
  • padrão alimentar equilibrado, como a dieta do mediterrâneo e a dieta DASH (acrônimo de Dietary Approaches to Stop Hypertension, que significa abordagem dietética para interromper a hipertensão). Elas envolvem o consumo moderado de ácidos graxos saturados, consumo mínimo de açúcares e produtos ultraprocessados e aumento do consumo de alimentos ricos em fibras.

Tratar o sobrepeso e a obesidade é desafiador. Os comportamentos alimentares são adquiridos no decorrer da vida e, por isso, o processo de mudança deve ser gradativo para promover hábitos sustentáveis a longo prazo. Baseado em evidências científicas sobre estratégias que contribuem para a perda de peso, a Abeso recomenda:

  • controle de porções;
  • dieta baixa em calorias;
  • dieta baseada na densidade energética dos alimentos;
  • dieta do mediterrâneo;
  • o aumento do consumo de frutas, verduras e legumes;
  • redução do consumo de fast food;
  • redução do consumo de bebidas açucaradas;
  • terapia cognitivo-comportamental (TCC); e,
  • entrevista motivacional.

Finalmente, de forma complementar à dieta hipocalórica e de acordo com o perfil do indivíduo, a Abeso sugere:

  • intervenções baseadas em substitutos de refeições;
  • dietas plant-based e vegetariana;
  • uso de tecnologia, como aplicativos para smartphones; e,
  • comer com atenção plena.