Painel Brasileiro da Obesidade
Ficha da publicação
Nome da publicação: Estado nutricional e consumo alimentar de famílias beneficiadas pelo programa Bolsa Família de uma unidade de saúde da família no município de Ponta Grossa-PR
Autores: Juliana Adriano Gorte, Maria Eduarda Tech, Gabriel Ribeiro Cordeiro, Liz Elaine Sowek
Fonte: Revista Brasileira de Obesidade, Nutrição e Emagrecimento
Publicado em: 2025
Tipo de arquivo: Artigo de periódico
Tipo de estudo: Estudo observacional
O Programa Bolsa Família é um programa de transferência condicionada de renda do Brasil que promove o desenvolvimento e a proteção social das famílias, e combate à fome. É imprescindível o planejamento de políticas e ações direcionadas à nutrição e ao estilo de vida, principalmente intervenções efetivas para combater a obesidade e a construção de hábitos alimentares saudáveis.
Conteúdo exclusivo para assinantes
Conheça os planos de assinatura aqui
O tema aborda a relação entre segurança alimentar, práticas alimentares e estado nutricional de famílias de baixa renda beneficiárias do Programa Bolsa Família (PBF). Mesmo com os esforços na redução da fome e da pobreza, permanecem desafios como o alto consumo de ultraprocessados e o risco de obesidade e doenças crônicas não transmissíveis.
Avaliar o estado nutricional e o perfil de consumo alimentar das famílias beneficiárias do Programa Bolsa Família de Ponta Grossa, Paraná.
O estudo observou dados de famílias atendidas por uma Unidade de Saúde da Família de Ponta Grossa, Paraná, utilizando dados do SISVAN referentes ao primeiro e ao segundo semestre de 2023. As famílias beneficiárias do Programa Bolsa Família (PBF) apresentam um consumo expressivo de alimentos in natura, como frutas, verduras, legumes e feijão. Contudo, o padrão alimentar observado ainda é marcado por uma presença significativa de alimentos ultraprocessados, especialmente entre crianças e adolescentes. O consumo elevado de bebidas adoçadas, doces, guloseimas, salgadinhos e macarrão instantâneo indica um comportamento alimentar que representa um risco importante para o desenvolvimento futuro de sobrepeso, obesidade e doenças crônicas não transmissíveis. Entre os adultos o cenário preocupa, mesmo com percentuais relativamente altos de consumo de alimentos in natura, a prevalência de sobrepeso e obesidade é muito elevada, ultrapassando 70% da população avaliada nos dois semestres. Fatores como o padrão alimentar acumulado ao longo dos anos, a ingestão frequente de ultraprocessados, o sedentarismo e determinantes sociais podem exercer influência mais significativa nessa fase da vida. O PBF tem contribuído para melhorar o acesso aos alimentos, mas não necessariamente para promover escolhas alimentares mais saudáveis, já que o consumo de ultraprocessados continua elevado em todas as faixas etárias. Para reduzir esse consumo, são necessárias estratégias de promoção da alimentação saudável, com foco na diminuição de ultraprocessados, criação de ambientes alimentares mais favoráveis e fortalecimento da educação nutricional nas unidades de saúde. Além disso, destaca a importância do SISVAN como ferramenta de monitoramento, apesar de desafios como registros inconsistentes, baixa adesão das famílias e limitações amostrais que dificultam a generalização.