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Centro de Diabetes e Obesidade do Hospital Alemão Oswaldo Cruz oferece acompanhamento nutricional no cuidado da obesidade
André Derviche Carvalho
11 de abr de 2024 (atualizado 2 de set de 2024 às 20h10)
O acompanhamento nutricional do indivíduo com obesidade é um dos fatores que garante a efetividade do cuidado da doença. Um estudo da Obesity Surgery, de 2021, apontou que 60% dos pacientes que tiveram recidiva da obesidade não haviam mantido o acompanhamento nutricional. O cenário reforça a importância de um tratamento contínuo e multidisciplinar para o paciente com obesidade.
Atualmente, uma das referências para isso é o Centro de Diabetes e Obesidade do Hospital Alemão Oswaldo Cruz (HAOC), localizado na cidade de São Paulo. Desde 2016, o centro possui linhas de cuidado e equipes preparadas especificamente para o tratamento da obesidade. São 11 consultórios e um atendimento multiprofissional.
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Um dos focos de atuação do Centro de Diabetes e Obesidade do HAOC é o acompanhamento nutricional do indivíduo com obesidade. Afinal, a mudança de hábitos alimentares é um dos pilares do cuidado da obesidade. Assim, os profissionais propõem prescrições seguras e eficazes; focadas na qualidade dos alimentos; personalizada para o indivíduo, com seus valores e comorbidades; sustentáveis e flexíveis; colaborativas.
O objetivo é reduzir o risco de comorbidades; melhorar o estado cardiovascular, metabólico e funcional; melhorar a qualidade de vida. Além disso, as intervenções do acompanhamento nutricional preveem a redução de peso. Tudo isso partindo do princípio de que a adesão ao tratamento nutricional é um fator essencial para a efetividade da redução de peso. Por isso a personalização da prescrição.
“Tentamos não usar mais a abordagem do regime e da dieta. É melhorar o padrão alimentar diminuindo os alimentos industrializados e colocar mais acesso a alimentos in natura”, diz a doutora Tarcilla Campos, nutricionista do HAOC
Recidiva é o nome dado ao retorno ou recorrência de uma doença. No caso da obesidade, o paciente pode enfrentá-la caso não tenha o acompanhamento adequado após a perda de peso causada com ou sem cirurgia.
“Por mais que tenham sido feitas intervenções, a pessoa manter esse resultado no longo prazo é uma dificuldade, porque o corpo tenta voltar ao peso inicial sempre”, diz a doutora Tarcilla. Ela explica que o corpo de pessoas com obesidade muitas vezes está mais preparado para ganhar do que para perder peso.
No caso da cirurgia bariátrica, estudos já mostram que a incidência da recidiva é maior entre aqueles que mantiveram uma rotina sedentária durante o pós-operatório. Pensando nisso, o Centro do HAOC oferece um acompanhamento pós-cirúrgico que dura até cinco anos, além de uma jornada do paciente que considera fatores emocionais, sociais e comportamentais.
Outra estratégia usada pelo centro é a de escuta ativa. Todos os profissionais que integram as equipes de cuidado são estimulados a reverem a linguagem que eles usam com o paciente e a ajudar o indivíduo na desconstrução de estigmas. Afinal, o preconceito está entre os obstáculos que impedem pessoas com obesidade de buscarem tratamento.
“A pessoa com obesidade muitas vezes não procura ajuda. Enquanto não vencermos a barreira da educação, da sociedade e dos profissionais, a gente vai ter o número [de casos] aumentando. Ainda não estamos chegando no nível da pessoa com obesidade entender que ela tem tratamento”
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