Painel Brasileiro da Obesidade
Ficha da publicação
Nome da publicação: The social origins of obesity within and across generations
Autores: Erik Hemmingsson, Paulina Nowicka, Stanley Ulijaszek, Thorkild I. A. Sørensen
Fonte: Obesity Reviews
Publicado em: 2022
O estudo propõe um modelo de desenvolvimento da obesidade que integra os fatores sociais à predisposição genética. O modelo foca em três aspectos principais: (A) adversidades relacionadas à família; (B) níveis elevados de insegurança, emoções negativas, estresse crônico e desequilíbrio da homeostase energética; e (C) ganho de peso e obesidade associado a outros fatores estressores e o estigma do peso tanto na geração e quanto entre gerações.
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A vida humana ocorre dentro de um contexto social. Desta forma, fatores sociais influenciam o desenvolvimento da obesidade.
Apresentar um modelo que integra fatores sociais, principalmente relacionados às adversidades, às origens da obesidade, atuando em conjunto com as influências genéticas.
Fatores sociais, principalmente relacionados às adversidades, quando associados à predisposição genética, têm uma importante influência sobre o desenvolvimento da obesidade. Estes determinantes sociais atuam por meio de uma cascata de processos psicológicos, emocionais, comportamentais e fisiológicos, como insegurança, emoções negativas e estresse crônico que, de forma direta ou indireta, podem contribuir com o ganho de peso e a obesidade. Em um ciclo vicioso, uma vez que a obesidade está presente, ela contribui para o estigma do peso e o estresse pernicioso que levam ao ganho de mais peso e agravam as dificuldades sociais enfrentadas pelo indivíduo.
Os aspectos genéticos têm seu papel em perpetuar a obesidade entre gerações. Eles influenciam a forma como a pessoa lida com as adversidades sociais e psicológicas e, portanto, exercem efeito sobre a manifestação da obesidade. Além de favorecer o surgimento da obesidade na geração atual, a epigenética, que é a capacidade do corpo de ativar ou silenciar alguns genes, irá contribuir para a transmissão da obesidade de pai para filho.
Neste contexto, enfrentar a obesidade também significa combater as desigualdades sociais. Os esforços para prevenção do excesso de peso podem ser melhor direcionados ao integrar múltiplos aspectos relacionados às adversidades vividas pelo indivíduo, família e comunidade, principalmente decorrentes da baixa renda e escolaridade.