Fatores sociodemográficos e comportamentais da obesidade: um estudo longitudinal

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Fatores sociodemográficos e comportamentais da obesidade: um estudo longitudinal

Fatores sociodemográficos e comportamentais da obesidade: um estudo longitudinal
2024
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Ficha da publicação

Nome da publicação: Fatores sociodemográficos e comportamentais da obesidade: um estudo longitudinal

Autores: Bianca Mitie Onita, Jaqueline Lopes Pereira, Grégore Iven Mielke, João Paulo dos Anjos Souza Barbosa, Regina Mara Fisberg, Alex Antonio Florindo

Fonte: Cadernos de Saúde Pública

Publicado em: 2024

Tipo de arquivo: Artigo de periódico

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Resumo

O objetivo foi investigar a associação entre fatores sociodemográficos e comportamentais e a ocorrência da obesidade entre 2014 e 2021 em adultos da cidade de São Paulo, Brasil. Realizou-se estudo prospectivo com 1.241 adultos paulistanos, com 18 anos ou mais, participantes da coorte Inquérito de Saúde de São Paulo (ISA) - Atividade Física e Ambiente. O desfecho foi obesidade (sim/não), classificada por meio do índice de massa corporal e com pontos de corte específicos para cada faixa etária. As variáveis de exposição foram: sexo, idade, escolaridade, cor da pele, estado marital, coordenadoria regional de saúde, atividade física nos quatro domínios e comportamentos sedentários. Foram utilizados modelos de regressão logística multinível para a análise longitudinal. Houve aumento significativo de 27,7% na prevalência de obesidade (de 22,6% para 28,9%). Pessoas que praticavam ao menos 150 minutos semanais de atividade física no lazer (OR = 0,44; IC95%: 0,26; 0,76), entre 10 e 150 minutos semanais de atividade física de deslocamento (OR = 0,49; IC95: 0,30; 0,80) e sem companheiro(a) (OR = 0,47; IC95%: 0,28; 0,78) tiveram menos chances de ter obesidade. Pessoas entre 40 e 59 anos (OR = 5,00; IC95%: 2,02; 12,38) e de cor de pele preta (OR = 4,70; IC95%: 1,85; 11,95) apresentaram maiores chances de ter obesidade. O estudo identificou um aumento na prevalência de obesidade durante o período, com aumento nas chances para pessoas de meia idade e cor da pele preta, e diminuição nas chances para pessoas que vivem sem companheiro(a) e para praticantes de atividades físicas no lazer e como forma de deslocamento. Esses resultados podem contribuir para dar suporte a programas e políticas para o controle da obesidade.

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Por que o tema é relevante?

A obesidade tem um grande impacto na mortalidade precoce, nos anos de vida perdidos por incapacidade e na sobrecarga dos sistemas de saúde. No Brasil, a prevalência aumentou nas últimas décadas, destacando a necessidade de se atentar aos fatores associados a essa condição para desenvolver estratégias de controle e prevenção.

Qual é o objetivo do estudo?

Investigar a associação entre fatores sociodemográficos e comportamentais e a ocorrência de obesidade entre 2014 e 2021 em adultos da cidade de São Paulo pelos dados do Inquérito de Saúde de São Paulo (ISA) – Atividade Física e Ambiente.

Quais as principais conclusões?

O estudo definiu a obesidade por meio da categorização do índice de massa corporal (IMC), com dados autorreferidos de peso e altura, e classificada por meio de pontos de corte específicos ajustados por faixa etária, sexo e IMC para idade. 

 

 Na cidade de São Paulo, durante o período estudado, houve um aumento de 27,7% na prevalência de obesidade. Os resultados mostram que a prática de pelo menos 150 minutos semanais de atividade física apresentou uma redução de 56% no risco de desenvolver obesidade, enquanto que a prática entre 10 e 150 minutos semanais de atividade física, como deslocamento, apresentaram uma redução de 51%. Ainda assim, indivíduos sem parceiro apresentaram menor risco de desenvolver obesidade, independentemente da prática de atividade física.

 

Por outro lado, pessoas na faixa etária de 40 a 59 anos demonstraram uma maior propensão à obesidade, indicando que a meia-idade necessita de atenção. Além disso, indivíduos de cor de pele preta apresentaram um risco maior de desenvolver obesidade, sendo um possível reflexo das disparidades sociais e econômicas que afetam essa população. Esses resultados ressaltam a importância de promover a atividade física e considerar as particularidades sociodemográficas nas políticas públicas de saúde voltadas ao controle da obesidade.