A obesidade como expressão de questão social: nutrição e estigma

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A obesidade como expressão de questão social: nutrição e estigma

A obesidade como expressão de questão social: nutrição e estigma
2011
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Nome da publicação: A obesidade como expressão de questão social: nutrição e estigma

Published in: 2011

File type: Tese/Dissertação

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Summary

Este trabalho trata do problema da obesidade enquanto uma construção sócio-cultural e ideológica, considerando os modelos da arena pública e suas implicações. Examina-se a obesidade por três abordagens: (a) obesidade como uma concepção moral; (b) obesidade como uma concepção de doença ou medicalização da obesidade e (c) obesidade como uma concepção politicamente aceitável ou de não-medicalização da obesidade. Utilizase o método qualitativo, construtivista social e a teoria por modelos conhecida como “framing”, baseando-se em documentos públicos. Considera-se inicialmente um panorama da obesidade a partir de uma perspectiva internacional, na qual a situação nacional é analisada. Verifica-se então como a discussão atual sobre a obesidade no país está condicionada pelo debate da fome. Outro resultado diz respeito à demanda por uma análise da obesidade mais ampla, contemplando a cultura da alimentação e o gerenciamento da interface humana com o ambiente físico, econômico e sociocultural. Devido a estreita relação com a comida, o entendimento da definição e dos significados simbólicos da obesidade remetem a uma imersão na história da alimentação. Nesta análise histórica, os aspectos da ciência biomédica são contextualizados, por serem estes resultados os que levaram ao modelo hegemônico atual para tratar a obesidade. Estes resultados conduzem aos dois modelos atuais: o da medicalização e o da nãomedicalização. Para estudar a dinâmica de como estes modelos se estabeleceram, explora-se o conceito de campo das relações simbólicas de Bourdieu. Assim, é introduzida a noção de campo dos bens simbólicos da obesidade, com destaque ao campo científico da obesidade. Desta análise resulta a descrição de mecanismos de poder que asseguram a hegemonia do modelo de medicalização, num campo de interesses onde se articulam forças associadas, desde a indústria de alimentação à produção do conhecimento científico. Um resultado presente em cada etapa de desenvolvimento deste trabalho é a identificação do estigma e da discriminação do obeso como conseqüência social da obesidade. Este aspecto é relevante quando se considera a possibilidade de se transmudar, por exemplo, no Brasil, o atual problema social da obesidade para uma questão social da obesidade.